sábado, 15 de maio de 2010

Aula dia 14/05/2010

Na aula de hoje demos continuidade a apresentação sobre a observação de alunos com deficiências nas escolas.
A minha pesquisa e relatório:


Análise de visita na escola para observação de alunos portadores de deficiência


A visita na escola para observação de aluno com deficiência aconteceu na Escola Estadual Humberto Hermes Hoffmann, no distrito de Caravaggio, município de Nova Veneza. A aluna observada é surda, tem 15 anos e frequenta a 7ª série da respectiva escola.
A escola possui, no geral, ampla estrutura física, contando com ginásio de esportes, pista de atletismo, campo de futebol, salas de aula, sala de vídeo, biblioteca, rampas de acesso para cadeirantes, pátio coberto, banheiros adaptados, dentre outros.
A entrevista com uma das professoras da aluna aconteceu com a docente de inglês. A professora iniciou respondendo que inclusão é, a seu ponto de vista, “uma medida do sistema de incluir as pessoas com deficiência ou alguma limitação nas turmas de ensino regular”.
Ela acredita que a ideia de inclusão “é interessante, mas ainda há muito a ser feito para garantir o aprendizado dessas crianças (materiais, espaço, capacitação)”.
Segundo a professora, questões de preconceito e discriminação não costumam acontecer em suas aulas, mas, para isso, conversa com os alunos frequentemente para evitar qualquer segregação.
Afirmou, ainda, que o PPP da escola aborda a questão da inclusão, e que alunos diferentes são muito bem recebidos naquele espaço, que, afinal, é de aprendizagem. Nunca realizou nenhum curso de aperfeiçoamento sobre a área de inclusão.
Observando-se a aluna em sua respectiva turma, em contato com os colegas e professores, pode-se obervar que a mesma possui bom relacionamento com os alunos e com a docente.
As atividades que a aluna realiza são as mesmas atividades do grupo, evitando que se sinta, assim, excluída. A única coisa que os demais alunos fazem diferente dela é treinar a pronúncia das palavras no inglês, ou seja, treinar a habilidade de leitura no outro idioma.
Analisando-se o que foi exposto pela professora e o que foi observado, pode-se confirmar que a aluna possui bom entrosamento com alunos e com professores, não sendo excluída nas atividades propostas, dentro de suas limitações.
A aluna é favorecida, pois, na escola, existe uma sala de SAED, na qual uma pessoa especializada em surdez e também em outras deficiências orienta e ensina a aluna a utilizar a LIBRAS, melhorando a sua comunicação tanto na escola quanto no dia-a-dia em geral.
Analisando-se o posicionamento da professora e a sua recepção ao saber que se pretendia conversar sobre inclusão para a realização deste trabalho, percebe-se que a mesma ainda não compreendeu a importância da inclusão escolar. Ela diz que inclusão é uma medida do “sistema”, deixando claro que se torna obrigada a aceitar estes alunos na sala de aula.
Percebe-se, ainda, que ela confunde o conceito de inclusão com integração, pois, acredita que inclusão é apenas colocar as pessoas com deficiência na sala de aula regular. Não cita a importância exercida pela inclusão ao promover a transformação de toda a escola visando a construção de toda uma sociedade mais justa. Ou seja, minimiza a inclusão a uma simples adaptação dos alunos ao que já está posto na escola.
Além disso, pode-se observar que a professora cita como um “empecilho” para que a inclusão aconteça à falta de capacitação dos professores. Porém, quando interrogada se realizava algum curso de aperfeiçoamento na área inclusiva, respondeu que não.
Esta colocação da professora evidencia a situação de comodismo que grande parte dos professores se encontra, fazendo com que não busquem solução para as dificuldades que encontram no cotidiano escolar. Se ao invés de reclamar da falta de apoio do governo à professora tentasse fazer a sua parte, se aperfeiçoando e estudando, um atendimento cada vez melhor seria oferecido aos alunos especiais.
Quanto ao posicionamento da escola frente à aceitação de alunos especiais pode-se afirmar que é muito boa, pois, eu mesma já tive a oportunidade de estudar lá com dois alunos surdos (aproximadamente 1999 a 2001), vivenciando o quanto eram bem recebidos e respeitados dentro de suas limitações. Portanto, a escola em geral aceita e convive muito bem com as diferenças.
Enfim, com esta pequena visita realizada a escola pode-se perceber que ainda há muito a ser vencido para que a inclusão não seja apenas uma proposta presente no papel, mas que seja, de fato, uma realidade presente nas escolas de todo o país.
É preciso reconhecer os benefícios promovidos pela inclusão escolar e garantir que cada um faça sua parte para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.


"Nos dias de hoje o debate em torno da inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais (PNE) na sociedade é uma realidade e uma necessidade objetivando o exercício da cidadania a todas as pessoas independente de suas patologias, suas diversidades e particularidades."
Ivy de Carvalho Oliveira


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