sábado, 27 de março de 2010

Aula dia 26/03/2010

Na aula de hoje realizamos uma avaliação sobre alguns tópicos que já haviamos estudado. A avaliação foi sobre a diferença entre inclusão x integração, as leis que amparam a inclusão em escolas regulares e sobre o contexto histórico da educação especial.

Vou aproveitar, então, para esclarecer a diferença entre integração x inclusão:

* "Na situação de integração escolar nem todos os alunos com deficiência cabem nas turmas de ensino regular, pois há uma seleção prévia dos que estão aptos a inserção. [...] Em suma: a escola não muda como um todo, mas os alunos tem de mudar para se adaptar as suas exigências".

* O mote da inclusão, ao contrário, é não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar. [...] Por tudo isso, a inclusão inplica uma mudança na perspectiva educacional, porque não atinge apenas os alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral".


MONTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusao escolar: o que é, por que, como fazer. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2006.



"Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças."

Montoan (2005)

sábado, 20 de março de 2010

Aula dia 19/03/2010

Neste encontro tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre os cegos e os materiais especiais que eles utilizam.

* Em um primeiro momento, conhecemos a história de criação do sistema Braille e o seu inventor...

"O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas, inventado na França por Louis Braille, um jovem cego. Louis Braille, ainda jovem estudante, tomou conhecimento de uma invenção denominada sonografia, ou código militar, desenvolvida por Charles Barbier, oficial do exército francês. O invento tinha como objetivo possibilitar a comunicação noturna entre oficiais nas campanhas de guerra.
A significação tátil dos pontos em relevo do invento de Barbier foi a base para a criação do Sistema Braille, aplicável tanto na leitura como na escrita por pessoas cegas e cuja estrutura diverge fundamentalmente do processo que inspirou seu inventor. O Sistema Braille, utilizando seis pontos em relevo dispostos em duas colunas, possibilita a formação de 63 símbolos diferentes, usados em textos literários nos diversos idiomas, como também nas simbologias matemática e científica em geral, na música e, recentemente, na Informática.
A partir da invenção do Sistema Braille, em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram, em 1837, na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada mundialmente."

* Já conhecendo seu contexto de criação, passamos a compreender como funciona este tipo de escrita:

O Sistema Braille consta do arranjo de seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. Os seis pontos formam o que se convencionou chamar "cela Braille". Para facilitar sua identificação, os pontos são numerados da seguinte forma:



As diferentes disposições desses seis pontos permitem a formação de 63 combinações, ou símbolos Braille.



* Conhecendo o alfabeto Braille, passamos a conhecer os materiais por eles utilizados para escreverem:

O reglete:



O punção:



A máquina de escrever:



* Abordamos, ainda, algumas orientações gerais ao trabalharmos com cegos:

- Provoque-o a sentir o mundo nomeando objetos, ampliando seu vocabulário;
- Considere suas habilidades e não suas limitações;
- Mostre as dependências da escola situando-o no espaço, comunicando-o sempre que houver mudanças;
- Não deixe portas e janelas entre abertas;


* Finalizando a aula, assistimos ao desenho animado que narra a história de Anne Sullivan, uma professora, que tenta fazer com que Helen Keller, uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda (pelo menos em parte) as coisas que a cercam.
Para isto, entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança.

Assista a uma parte do vídeo no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=g-0qhVc_hY8


"Com a sua invenção, Luís Braille abriu aos cegos, de par em par, as portas da cultura, arrancando-os à cegueira mental em que viviam e rasgando-lhes horizontes novos na ordem social, moral e espiritual."

domingo, 14 de março de 2010

Aula dia 12/03/2010

Iniciamos, neste encontro, o estudo específico sobre os surdos, abordando seu histórico em contexto nacional, mundial e regional.

Informações gerais:

* Início do séc.XVI: Até então os surdos eram considerados ineducáveis. Na Espanha o monge Pedro Ponce de Leon inicia a educação dos surdos usando gestos e o alfabeto dactilológico, que eram utilizados em mosteiros onde praticavam a regra do silêncio.

* Espanha, França e Estados Unidos, durante muitos anos, difundiram a Língua de sinais; Alemanha e Inglaterra eram seguidores do Método Oral.

* Século XIX oposição entre Método Oral e Língua de Sinais: em 1880, no IIº Congresso Internacional de Surdos, em Milão, o Método Oral foi definitiva e oficialmente introduzido, marcando o abandono da Língua de Sinais.

* No Brasil, em 1855, chegou o professor francês, surdo, Ernest Huet, que com apoio de Dom Pedro II fundou no Rio de Janeiro, no dia 26 de setembro de 1857, a primeira Escola Brasileira para surdos (atual Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES). Os alunos eram educados por meio da Língua escrita, alfabeto dactilológico e Língua de Sinais.

* Em 1881 é proibido o uso da Língua de Sinais no Brasil. Somente em 1981 iniciam as pesquisas sistematizadas sobre a Língua de Sinais. Em Santa Catarina, em 1982, a FCEE, que antes era oralista, adotou a filosofia da Comunicação Total, e só mais tarde, na década de 1990, iniciou o estudo da LIBRAS.

Em Criciúma:

1979 - SALA DE MULTIMEIOS D. A. (ORALISMO)
1989 – SALA DE RECURSOS D. A. (COMUNICAÇÃO TOTAL)
1992 – SALA DE RECURSOS D. A. (LÍNGUA DE SINAIS)
2004 – SALA DE RECURSOS D. A (ESCOLA POLO – BILINGÜISMO)

Estudamos, ainda, um pouco sobre a legislação sobre a Libras:

* LEI 10.436/02
Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a língua brasileira de sinais – LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados.

* Decreto 5626/2005 – Regulamenta a Lei 10.436 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS
Inclusão da LIBRAS como disciplina curricular nos cursos de licenciaturas e optativa nos demais cursos de educação superior a partir de 1 ano da publicação deste Decreto.

* A Língua de Sinais é requisito indispensável para a aprendizagem do surdo, mas só a língua não garante o sucesso na aprendizagem. Se assim fosse, os alunos ouvintes não teriam problemas na aprendizagem, pois, os professores são ouvintes e se comunicam usando o mesmo código lingüístico dos alunos.

É preciso, além da língua, que o professor trabalhe de maneira contextualizada iniciando o processo de apropriação da língua escrita a partir do texto, e não de sílabas e palavras isoladas.

O trabalho interdisciplinar, tendo como ponto de partida e de chegada o TEXTO, resultará numa concepção de conhecimento inter e intra pessoal capaz de transformar o entorno social de nossos aprendizes, garantindo-lhes assim uma melhor qualidade de vida.

Como garantir Educação de qualidade para os educandos surdos?

Língua de Sinais – Garantia dos direitos lingüísticos
Aprendizagem significativa – Função social
Interação - trabalho coletivo
Concepção de avaliação

Após este amplo estudo, realizamos uma atividade dinâmica para iniciarmos a aprendizagem da LIBRAS. Cada acadêmica ficava encarregada de falar, utilizando a LIBRAS, o animal que retirasse nas cartelas previamente preparadas. Com essa atividade aprendemos inúmeras palavras!

Este é o alfabeto:



Neste link você encontra uma apostila básica de LIBRAS:

http://www.surdo.org.br/Apostila.pdf

Neste link você encontra orientações gerais
para o Tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf

Neste link você encontra orientações sobre o atendimento educacional especializado para as pessoas com surdez:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_da.pdf

Não deixe de ver também este vídeo: uma apresentação de gala com todas as integrantes surdas. É lindo!

http://www.youtube.com/watch?v=OiUtFqQJeKs



domingo, 7 de março de 2010

Aula dia 05/03/2010

Em nossa segunda aula da disciplina de Metodologia e Fundamentos da Educação Especial realizamos uma breve discussão acerca das leis que amparam a inclusão de Deficientes Físicos e Mentais em instituições escolares “normais”, ou seja, apontam que estas pessoas devem frequentar escolas especiais e também escolas regulares. Com algumas especificidades, é claro.


Quais os caminhos para a construção de uma escola para TODOS?


* Quem são as pessoas portadoras de deficiências:

“São pessoas que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente.” (Política Nacional de Educação Especial)

* Que leis amparam a sua inclusão no ambiente escolar?


Lei nº 9394/96 – LDBN - Educação Especial


LEI Nº 9394/96 – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL - 1996
CAPITULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL


Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.
§3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59 . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público.
Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial

Decreto Nº 6.571/08 - Dispõe sobre o atendimento educacional especializado

Decreto nº 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências

Decreto nº 914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

Decreto nº 3.952/01 - Conselho Nacional de Combate à Discriminação


Veja a Legislação completa no Link abaixo:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12716&Itemid=863


Além de conhecermos as principais leis que garantem a educação as pessoas portadoras de deficiências, pudemos visualizar como deve ocorrer a inserção destas pessoas nas salas de aula:

A formação de turmas regulares, com inclusão de crianças e ou alunos com deficiência, não deve exceder:

Educação Infantil
0 a 2 anos - 8 crianças (inclusão de uma criança);
2 a 4 anos - 10 crianças (inclusão de duas crianças);
4 a 6 anos - 20 crianças (inclusão de duas crianças).

Ensino Fundamental – (inclusão de quatro crianças e ou alunos). Distribuição dos alunos pelas diferentes turmas – não concentração de várias deficiências (quatro) na mesma turma.
1ª a 4ª série - 25 crianças;
5ª a 8ª série - 30 alunos.


Finalmente, podemos perceber que o Brasil possui muitas leis e textos legais que garantem o direito de pessoas com deficiências ao acesso a educação de QUALIDADE, mas que, infelizmente, não são sempre colocados em prática. Ainda há muito a ser conquistado em favor destas pessoas...


“A diferença é um conceito que só pode ser definido na relação com o outro. Para se conceituar o que é diferente temos que definir o que é igual. É na relação com o outro que o sujeito se reconhece diferente. A singularidade de cada um só é definida nesta relação. Precisamos do outro para identificarmos nossas igualdade e diferenças. (GOFFMAN, 1998)”




Confira este vídeo...


http://www.youtube.com/watch?v=mJP1iASd6Ys

Amar é respeitar as diferenças... e se adequar as diferenças!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Aula dia 26/02/2010

No dia 26/02/2010 tivemos a nossa primeira aula de Educação Especial, que é lecionada pela professora Beta. Em nosso primeiro encontro realizamos a discussão do plano de ensino da disciplina, cujos principais objetivos são, dentre outros:

* Analisar a trajetória histórica da Educação Especial;
* Conhecer a legislação acerca da Educação Especial;
* Estabelecer paralelo entre diversidade e diferença;
* Caracterizar os Educandos Portadores de Necessidades Educativas Especiais;
* (...)

Em um segundo momento, a professora nos expos os livros que constituem as suas referências. Cito alguns dos mais interessantes:




O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns - Moaci Alves Carneiro
Um livro sobre educação inclusiva, feito para auxiliar os educadores e instituições no trabalho diário com os alunos, no intuito de universalizar a escola e planejar o progresso de inclusão social. Essa obra faz parte da coleção Educação Inclusiva, enfim... Uma leitura básica para uma discussão atual.





Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? - Maria Teresa Égler Mantoan
Formar uma nova geração a partir de um projeto educacional inclusivo é fruto do exercício diário da cooperação e da fraternidade, do reconhecimento e do valor das diferenças, o que não exclui a interação com o universo do conhecimento científico sistematizado. A educação escolar não pode ser pensada nem realizada senão a partir da idéia de uma formação integral do aluno - segundo suas capacidades e talentos - e de um ensino participativo, solidário e acolhedor. De forma didática, a autora define inclusão escolar, discute as razões pelas quais esse tema tem sido proposto, quem são seus beneficiários e conclui debatendo sobre os possíveis caminhos para se concretizar a inclusão em todas as salas de aula de todos os níveis de ensino.



Realizadas as principais apresentações, iniciamos a compreensão histórica da evolução dos Portadores de Deficiências. Observamos que o modo com que os Portadores de Deficiência são tratados varia nos diferentes momentos históricos.

Antiguidade Clássica (4.000 AC até 476 DC) – busca da perfeição: a arte, a ciência, a técnica da retórica. Deficiente – sub-humano (abandono ou eliminação).

Idade Média (476 até 1453) – conhecimento religioso (dicotomia – Deus/Diabo,céu/inferno. Deficiente – acolhidos em conventos (castigo/caridade). Inquisição – eliminação dos hereges ou endemoniados (loucos, adivinhos, deficientes).

Idade Moderna (1453 até 1789) – homem animal racional. Deficiência – patologia/tratamento (modelo médico). Método experimental – leis da natureza. Método científico iniciam-se estudos sobre a tipologia e a classificação.

Idade Contemporânea (de 1789 - era atual) – homem em sociedade. Direitos humanos - Movimento de integração. Deficiente – ser de direito e com possibilidades de aprender.

Idade Contemporânea (de 1980 - era atual) – sujeito de direitos. Direitos humanos - Movimento de inclusão de todos, respeito à diversidade.


Depois de uma pequena discussão acerca do tema exposto, a prof. Beta aplicou a nossa primeira avaliação. Ao mesmo tempo que objetivou nos conhecer, também pretendeu levantar nossos conhecimentos prévios sobre Educação Especial.

Assim encerramos nosso primeiro encontro, com a certeza de que há muito a ser conhecido e estudado neste semestre!

"Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças" - Maria Teresa Eglér Mantoan